TEORIA DA ENFERMAGEM

Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem

 

Histórico da Teoria

Esta teoria foi criada em 1974, no bojo de Tese de Livre Docência, defendida na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO), com o nome de Teoria Sistêmica de Enfermagem, posteriormente, rebatizada como Teoria Sistêmica Ecológica de Enfermagem e, atualmente, designada Teoria Sistêmico-Ecológica-Cibernética de Enfermagem, publicada em vários livros em co-autoria com Dr. Edson Paim, cuja última versão se encontra no livro TEORIA SISTÊMICA ECOLÓGICA DE ENFERMAGEM – UM PARADIGMA HOLÍSTICO, editado no ano 2000, todos registrados na Biblioteca Nacional.

Visão Geral da Base Filosófica da Teoria

O paradigma ou base filosófica desta teoria é o modelo dos seres vivos e dos ecossistemas naturais que são sistemas auto-organizadores, auto-reajustáveis e auto-reprodutores, portanto organismos homeostáticos e cibernéticos.

Estrutura de Trabalho

A teoria é constituída de um conjunto de princípio específicos da enfermagem, outro integrado por princípios comuns à área de saúde e, finalmente, por princípios gerais aplicáveis aos diferentes sistemas de natureza física, biológica, sociais e tecnológicos.

Este último grupo de princípios foi elaborado, com fundamento nos diferentes ramos do conhecimento científico, com o objetivo de consubstanciar a teoria.
Mas devido à sua amplitude, foi despreendido da teoria e se constituiu no Sistemismo Ecológico Cibernético, um referencial de natureza abrangente, sintética, integrativa e holística que passou a servir de paradigma ou base filosófica para a nossa teoria.

Princípios Específicos da Teoria

Os Princípios específicos da Teoria Sistêmico-Ecológica Cibernética de Enfermagem são os seguintes:

1 – Enfermagem Sistêmica

2 – Enfermagem Ecológica

3 – Enfermagem Cibernética

4 – Formação Generalística

5 – Papel Integrador

6 – Delimitação Legal

7 – Principio do Processo Saúde/Doença

8 – Extrapolação do Ciclo Vital

9 – Enfermagem do Espaço Social

10 – Humanização

11 – Holismo

12 – Administração das Trocas

13 – Transferência de Negentropia

14 – Logístico

15 – Independência Nosológica

16 – Utilidade Nosológica

17 – Independentização da Assistência

18 – Assistência Contínua

19 – Interação e Sinergia

20 – Ações Simultâneas

21 – Adequação do Ambiente

22 – Priorização da Fisiologia

23 – Respostas às Necessidades

24 – Proteção de Barreiras

25 – Adaptação

26 – Assistência Individualizada

27 – Universalidade da Assistência

Destacamos um dos Princípios da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem, o qual expressa a abrangência da atividade do Enfermeiro, ao assistir e cuidar da pessoa humana, em todos as fases de sua vida, extrapolando-a para atingir o pós morte imediato, como um aspecto de adequação do ambiente da Enfermaria, ou seja, o: Principio da Extrapolação do Ciclo Vital.

A enfermagem assiste e cuida do sistema humano desde a fase em que existe apenas potencial de vida – período pré-concepcional,
– durante o desenvolvimento fetal, prossegue no decurso de toda a sua trajetória existencial no espaço/tempo, extrapolando, para abranger, inclusive, o pós-morte imediato.

Corolário

A assistência de enfermagem é prestada:

– aos futuros pais, na fase pré conjugal, pré-concepcional, objetivando o advento de uma prole sadia.

– à mãe e ao feto em qualquer fase do ciclo uterino.

– à mãe e ao nascituro em caráter contínuo, no pré-parto.

– à mãe e ao nascituro/criança, no decurso do ato do parto.

– à criança (recém nata e, nas demais fases), ao adolescente.

– ao adulto e ao idoso.

– ao paciente terminal, minimizando os traumas da pré-morte.
– no instante da morte.

– no pós-morte imediato.

A assistência de enfermagem atinge o pós-morte imediato representada pelas primeiras ações sobre o cadáver e por trocas de informações com a família (comunidade).

O preparo e remoção do “corpo”, da enfermaria, constituem um aspecto da tarefa da “Adequação do Ambiente”, possibilitando que, através do olhar, o pessoal de saúde, os pacientes e os familiares possam tomar consciência de que os desequilíbrios do ambiente e das pessoas presentes, provocados pelo fenômeno morte, acha-se atenuado ao máximo nível permissível pelas circunstâncias.

O “Princípio da Extrapolação do Ciclo Vital” possui interface com o “Princípio da Facilitação de Trocas” e com o “Princípio da Administração das Trocas”, de vez que ainda após a morte, o corpo sem vida, enquanto não se desintegrar, continuará a trocar matéria e energia com o ambiente: perda de água, energia calorífica, cessão de matéria para desenvolvimento de microorganismos, eliminação de gases e outros eventos, até que todos os elementos constituintes do corpo humano sejam restituídos aos seus grandes reservatórios – o solo, à água e atmosfera, – processando-se o eterno ciclo das diversas substâncias – Nitrogênio, Carbono, Oxigênio, Água, Minerais e outros elementos ou susbstâncias.

É, pois, para adequar o ambiente da enfermaria, o ambiente hospitalar, que o enfermeiro exerce ação sobre o “corpo”, no pósmorte imediato, assim como o processo de sepultamento constitui, também, um aspecto do processo de ação sobre o ambiente, a cargo de outras categorias profissionais.

Fonte: Paim, RCN. Teoria sistêmica de enfermagem. http://teoriasistemicadeenfermagem.blogspot.com/2006/12/teoria-sistmico-ecolgica-ciberntica-de.html.

Citações da teoria

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